top of page

E aí, como escolher o drone de mapeamento ideal para uso no campo?

Foto do escritor: José Luiz ZulianiJosé Luiz Zuliani

O primeiro passo é entender claramente seus objetivos e os dados específicos da cultura que deseja coletar. Aí você poderá escolher o drone ideal para atender à demanda.

O drone é uma das ferramentas mais buscadas para uso no agronegócio nos últimos anos. Antes do boom da inteligência artificial no agro, eram os preferidos quando o assunto era inovação no campo.


Para nós, da Cromai, ambas as tecnologias são super complementares: os drones são essenciais para um mapeamento de qualidade dos talhões, para que, na sequência, nossa IA autoral possa analisar com profundidade e qualidade o material gerado no campo para identificar com precisão as plantas daninhas.


Quando o assunto é mapeamento aéreo com drones, o mercado oferece uma série de modelos diferentes. Porém, em meio a tantas opções, vem a dúvida: como escolher o drone ideal? 


Este é o foco do artigo de hoje, parte de uma série especial de conteúdos produzidos pelo time de Atendimento Técnico da Cromai, para que você saiba escolher o drone que fará seu manejo agrícola voar mais alto.


Drone é tudo igual?


Começando pela pergunta mais comum: a verdade é que um único modelo não será adequado para todas as situações. 


A escolha do drone ideal depende de vários fatores, como:


  • Tipo do mapeamento;

  • Tempo disponível para mapear;

  • Tamanho da área mapeada;

  • E, claro, o orçamento disponível para aquisição.


O mapeamento aéreo com drones é uma técnica de sensoriamento remoto presente em várias áreas, incluindo a gestão ambiental, a topografia, o monitoramento, a segurança e também a agricultura. 


Entre tantas possibilidades de aplicações da aerofotogrametria com drones, o primeiro passo para escolher o modelo ideal é definir os elementos que deverão ser distinguidos na cena  ou seja, o que você quer detectar no campo ao sobrevoar com o drone.


Se o objetivo do mapeamento for identificar e separar alvos pequenos da superfície, a resolução espacial das imagens deverá ser alta. Por outro lado, o estudo de objetos maiores permite resoluções espaciais sem tanta definição de detalhes. 


Entendendo a resolução espacial



A resolução espacial indica a capacidade do sensor da aeronave de identificar os detalhes da área mapeada. Para os drones, a resolução espacial costuma ser expressa em termos de GSD (distância da amostra ao solo), que representa a dimensão de solo coberta em cada pixel da imagem. 


Quanto menor o GSD, maior o grau de detalhamento e a resolução espacial dos produtos fotogramétricos, ou seja, das imagens geradas. 


Para diminuir o GSD de um mapeamento, pode-se voar mais baixo ou trabalhar com uma câmera com distância focal alta, embora, reduzir a altura de voo implica em reduzir também a capacidade operacional do mapeamento.


Quanto mais próximo ao solo, menor a área abrangida por cada fotografia, o que obriga a aeronave a executar mais tiros, aumentando assim o tempo de voo.


Vale ressaltar que além da altura, a duração do mapeamento também depende da velocidade da aeronave e da autonomia do drone, essa última diretamente relacionada às paradas para a troca de bateria. 


Na hora de escolher o drone ideal para a propriedade, é importante considerar se a câmera do drone será capaz de captar imagens no GSD adequado ao tipo mapeamento, no tempo disponível para sobrevoar a área. 


No cenário ideal, o melhor drone é aquele capaz de capturar imagens de GSD baixo em alturas altas. Mas, quase sempre o equipamento com essa característica apresenta custo alto. 


Por isso, o equipamento ideal é aquele que atenda à resolução espacial e ao rendimento operacional respeitando o orçamento disponível.


Um exemplo prático



Vamos considerar um plano de voo hipotético para uma área de 17 hectares no aplicativo DroneDeploy, com sobreposição frontal de 75% e lateral de 70%, e uma velocidade da aeronave de 10 m/s. 


Para coletar imagens com GSD de 3 cm/pixel, um Phantom 4 Pro V2 teria que voar a 100 m de altitude e gastaria nesse mapeamento 11:16 min. 


Por outro lado, um Mavic 3 Enterprise para alcançar esse mesmo GSD, poderia voar mais alto, a 107 m, e por isso, gastaria um tempo menor para completar a missão: 09:13 min. 


Mais do que isso: o Mavic 3 Enterprise é uma aeronave que possibilita voos mais velozes. Por isso, caso a velocidade do Mavic 3 Enterprise aumentasse para 15 m/s, o tempo para esse mesmo mapeamento seria reduzido para 06:49 min. 


É aí que vemos que aeronaves mais rápidas e com sensores maiores e menores aceleram a coleta das imagens da área alvo, fazendo com que haja um ganho de tempo para o produtor, possibilitando um aumento na capacidade operacional por piloto. 


Campo de visão da lente (FOV)


Além do GSD, outra característica que pode interferir no nível de detalhamento das imagens é o campo de visão da lente da câmera (FOV). Se a propriedade apresentar muitos detalhes ou grande variação de altitude, é recomendável um FOV menor. 


Por outro lado, o mapeamento de áreas homogêneas pode ser realizado com lentes com campo de visão maior. Paralelamente, também é importante verificar se os objetivos do mapeamento serão atendidos com as imagens de sensores RGB (sigla em inglês para red, green, blue). 


Ou se mapeamento exigirá outros sensores, como os multiespectrais, os hiperespectrais e os termais. 


Também é fundamental conferir se o drone é compatível com aplicativos de plano de voo automatizado. No voo manual, os parâmetros do mapeamento, como altura, velocidade da aeronave e sobreposição das fotografias, podem variar consideravelmente. 


Por isso, para garantir a qualidade dos produtos fotogramétricos, é fundamental o planejamento do voo automatizado com os parâmetros ajustados ao tipo e aos objetivos do mapeamento.


Podemos afirmar que para mapeamentos em que o objeto alvo seja grande, como mapas de relevo, podemos utilizar drones com:


  1. sensores menores e com menos Megapixels; 

  2. lentes com maior FOV; 

  3. duração de voo por bateria média.


Já para mapeamento em que o objeto alvo seja algo pequeno, com daninhas, devemos tomar alguns cuidados a mais e utilizar drones com: 


  1. sensores maiores e com mais megapixels; 

  2. lentes com FOVs intermediários; 

  3. quanto mais tempo de voo por bateria, melhor. 


E fique de olho, em breve seguimos com a parte 2 deste conteúdo especial para que você escolha a melhor opção de drone para sua plantação!


Autores:

  • Gustavo Pavanello Trevisan - Analista de Atendimento Técnico da Cromai

  • Juliana Guimarães Vieira - Estagiária de Atendimento Técnico da Cromai


Revisão e adaptação:

  • José Luiz Zuliani - Coord. de Marketing da Cromai

105 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page