Debater inovação e tecnologia já não é mais novidade para o agronegócio. Permeado por diversas revoluções, o setor sofreu impactos positivos nos últimos 50 anos, intensificados pela recente onda de tecnificação dos manejos e a forte tendência de tomada de decisões a partir de dados. Pensando nesse panorama, o Globo Rural, a partir de reportagem veiculada em seus portais de comunicação, trouxe a tona o tema da digitalização aplicada de ponta a ponta nas operações agrícolas, citando uma nova era para agricultura brasileira: o agronegócio 5.0.
Transitando de um modelo baseado somente na agricultura de precisão, a última década foi responsável por um rápido desenvolvimento da hibridização entre os antigos métodos e softwares robustos e modernos. Novas ferramentas surgiram e, enquanto a agricultura digital se tornava realidade, um verdadeiro ecossistema de tecnologias foi criado para solucionar os problemas pertinentes a dinâmica de uma indústria a céu aberto. Do clima ao manejo de pragas e doenças, iniciou-se um movimento de captura massiva de dados que resultou na atual rede de digitalização do manejo, onde tecnologias de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) podem ser acessadas pelas mais variadas verticais de produção agrícola do Brasil.
Esse contexto, de amplas possibilidades e diversas combinações tecnológicas, rotineiramente traz questionamentos: afinal, qual o conjuntos de tecnologias melhor se adapta a cada operação? Em um artigo publicado no LinkedIn o sócio-diretor da Cromai, Diogo Dutra, cita três fatores fundamentais para a consolidação da integração dos processos do manejo digitalizado de controle de daninhas em cana-de-açúcar:
O direcionamento estratégico e tático para um processo de ponta-a-ponta, do vôo à pulverização, garantindo a diminuição de custos e o aumento de eficiência;
A coordenação de um plano de implementação que entregue resultado desde o primeiro dia de operação, justificando, assim, investimentos sucessivos;
A relevância e o protagonismo das áreas de Topografia e Geoprocessamento nesse processo.
Ou seja, a segunda revolução digital do agronegócio requer uma alta entrega de aperfeiçoamento de equipes, sendo estas pertencentes a própria usina ou contratadas através de terceirização. Amarrar os processos e fornecer um contínuo aperfeiçoamento dos conhecimento para as áreas técnicas é indispensável e fundamental para a boa execução das etapas que antecedem e sucedem os diagnósticos através de inteligência artificial.
Na prática, pudemos presenciar um aumento expressivo da capacidade de adoção da digitalização nas mais variadas verticais de tamanho de produção do setor sucroalcoleiro. A parceria entre Cromai e Safra 4.0, por exemplo, viabiliza tecnicamente o fornecimento de diagnóstico de daninhas através de inteligência artificial para mais de 100 pequenos produtores de cana-de-açúcar do estado de São Paulo, enquanto 6 grandes grupos e usinas de todo o Brasil passaram a fazer o uso da mesma ferramenta com suas próprias equipes durante este ano. Em comum, observamos a democratização da adoção de uma tecnologia pioneira, a qual possibilita uma redução de até 75% no uso de defensivos agrícolas, impactando positivamente as produções perante a aspectos financeiros, sociais e ambientais.
A digitalização dos manejos já é realidade e seu desenvolvimento vem acontecendo em tempo real, promovendo a eficiência dentro de um panorama de mercado mundial mais exigente perante a padrões quantitativos e qualitativos de produção agrícola. No cenário da agricultura brasileira, a amplificação da cadeia de adoção destas ferramentas será de fundamental importância para a manutenção do país como um dos principais produtores mundiais de alimentos e demais subprodutos do agronegócio, reafirmando seu protagonismo não apenas no potencial de cultivar as terras, mas também em ser um exportador mundial de novas tecnologias.
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