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Sustentabilidade e Certificações de boas práticas agrícolas



Vivemos em um momento crítico em que a promoção ativa de práticas agrícolas sustentáveis não apenas se tornou imperativa, mas é agora uma demanda fundamental.


Em nosso artigo, "Qual o impacto da sustentabilidade no agronegócio?", publicado em nosso Blog, foram discutidas algumas estratégias que podem ser adotadas para fomentar essa abordagem.


Com base nisso, discutiremos as certificações e políticas relacionadas à produção sustentável nas culturas da soja e cana-de-açúcar.


Essas certificações representam um compromisso sólido com a sustentabilidade ambiental e social. Continue lendo para obter mais informações.


Quais os benefícios das certificações de produção sustentável?

Ao adquirir uma certificação, é possível melhorar a reputação da organização, ganhando maior visibilidade no mercado.


Isso ocorre porque o processo de certificação envolve uma avaliação abrangente de toda a operação agrícola, com foco nas estratégias e práticas utilizadas para garantir a transparência e assegurar que a produção tenha seguido critérios de condições ambientais e socialmente responsáveis. Isso, por sua vez, confirma uma produção sustentável.


Uma organização certificada melhora sua eficiência de produção, adota novas métricas de desempenho, e mostra aos seus interessados que valoriza questões de sustentabilidade.


Além disso, abre portas para novos mercados, uma vez que alguns compradores, especialmente no mercado internacional, têm exigido que toda a cadeia produtiva esteja alinhada aos critérios de sustentabilidade, que são integralmente considerados durante os processos de certificação.


Independentemente do tamanho, qualquer usina de cana-de-açúcar ou propriedade rural produtora de soja, podem obter certificações que atestam a sustentabilidade de sua produção.


A seguir, você terá acesso a informações mais detalhadas sobre as principais certificações para produção dessas culturas.


Adicionalmente, ao trazer algumas perspectivas sobre mercado financeiro, segundo a pesquisa realizada pela Emerging VC Fellows em 2022, 74% das gestoras aplicam critérios de sustentabilidade (positivos ou negativos) na análise de investimentos.


Essa tendência reflete um movimento crescente de empresas que buscam gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente por meio de suas práticas de investimento.


Certificações em Cana


Bonsucro


A Bonsucro oferece um processo de certificação métrico confiável para demonstrar o compromisso com a sustentabilidade ambiental e social da cana-de-açúcar.


Reconhecido e respeitado internacionalmente, o certificado Bonsucro é uma garantia sólida de práticas responsáveis.


Ao obter um certificado, você poderá melhorar sua imagem, atingir metas de compras sustentáveis e estabelecer parcerias para resolver questões de sustentabilidade conjuntamente.


Há dois tipos de certificação Bonsucro, um no elo produtor e outro no elo da comercialização da cadeia de suprimentos.


Ambos atuam em conjunto para garantir que a produção de cana-de-açúcar beneficie as comunidades de produtores, promovendo tratamento justo às pessoas e estabelecendo cadeias de suprimentos rastreáveis e duradouras.


O processo de certificação Bonsucro envolve a realização de uma auditoria conduzida por organismos credenciados, durante a qual o cumprimento dos padrões de produção estabelecidos pela Bonsucro são avaliados.




Renovabio


O Renovabio não se configura como uma certificação, mas sim como uma Política Nacional de Biocombustíveis, que foi lançada em dezembro de 2016 pelo Ministério de Minas e Energia (MME), tem como objetivo ampliar a produção de biocombustíveis com base na previsibilidade e na sustentabilidade nos âmbitos ambiental, econômico e social.


Essa política busca aprimorar as diretrizes e regulamentações dos biocombustíveis, visando superar os desafios técnicos e econômicos enfrentados pelo setor.


Suas bases se sustentam em quatro pilares estratégicos: a importância dos biocombustíveis na matriz energética, o equilíbrio financeiro do mercado, a estipulação de diretrizes para a comercialização e a promoção de novos biocombustíveis.


Os produtores e importadores de biocombustíveis que desejam participar do programa devem contratar empresas de inspeção credenciadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para realizar a Certificação de Biocombustíveis.


Essa certificação valida tanto a Nota de Eficiência Energético-Ambiental obtida durante o preenchimento da RenovaCalc quanto o volume elegível.


Posteriormente, essas notas são usadas para calcular a quantidade de créditos de descarbonização (CBIOs) que um produtor pode emitir e negociar no mercado, multiplicando-se pelo volume de biocombustível que será comercializado, desde que cumpram os critérios de elegibilidade do RenovaBio.




Certificações em Soja


RTRS


A Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) é a certificação mais conhecida mundialmente de produção de soja sustentável. É uma associação sem fins lucrativos, que assegura que a soja foi produzida em condições ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis, com zero desmatamento e preservação dos ecossistemas.


É um instrumento confiável que garante a transparência nos procedimentos, graças ao seu sistema de verificação e certificação rigoroso e robusto. Nesse contexto, entidades de certificação independentes conduzem auditorias, sendo elas previamente reconhecidas e auditadas por organismos de creditação reconhecidos.


Para se certificar do sistema RTRS o produtor de soja precisa seguir cinco princípios e 108 indicadores de cumprimento progressivo e obrigatório. Os cinco princípios consistem em:

  • Cumprimento legal e boas práticas empresariais

  • Condições de trabalho responsáveis

  • Relações comunitárias responsáveis

  • Responsabilidade ambiental

  • Boas práticas agrícolas


A certificação RTRS para Produção de Soja Responsável é válida por cinco anos e inclui auditorias anuais de acompanhamento obrigatórias.


Regenagri


A Regenagri é registrada no Reino Unido como uma Empresa de Interesse Comunitário (CiC). Por estatutos, a Regenagri CiC é obrigada a envolver-se com a comunidade local e fornecer relatórios transparentes sobre o seu impacto.


A sua certificação é válida para diversas culturas, incluindo a soja. Ela requer e promove uma agricultura regenerativa, ou seja, uma agricultura que conserve a naturalidade dos solos e do ambiente. São algumas práticas regenerativas: limitar a entrada de maquinários na lavoura, cobrir o solo, integrar lavoura e pecuária e manter culturas perenes na área, mantendo raízes permanentes.


A empresa apoia e oferece consultorias para os produtores fazerem essa transição agrícola sustentável. A certificação vai englobar todos os elementos da agricultura regenerativa, desde a qualidade do solo até a biodiversidade e as emissões de gases de efeito estufa. Ela proporciona reconhecimento e comprovação dos esforços empreendidos para regenerar a terra.


A certificação Regenagri segue critérios internacionais da certificadora Control Union. Ao ingressar nela como membro, a organização passa por uma avaliação em sua(s) fazenda(s) conforme os critérios estabelecidos. Posteriormente, é gerado um relatório que apresenta os resultados gerais, incluindo o desempenho de cada prática específica. Caso os resultados atendam aos requisitos mínimos, a certificação Regenagri pode ser concedida.



Papel da Cromai nas certificações


As certificações abordadas neste artigo levam em conta práticas agrícolas sustentáveis, assegurando a implementação de medidas que reduzem os impactos socioambientais, promovendo assim uma produção mais ecologicamente equilibrada.

Considerando isso, nossa solução, o Cromai Scan, realiza a classificação e identificação georreferenciada de grupos de ervas daninhas na cana-de-açúcar e soja, por meio de inteligência artificial. Isso resulta em um diagnóstico preciso, permitindo uma aplicação direcionada, tornando possível otimizar a utilização de recursos como água e herbicidas, enquanto simultaneamente se reduz as emissões de gases do efeito estufa, contribuindo assim para a minimização dos impactos ambientais, e consequentemente nos processos de certificação.





Rebeca Ribeiro

Analista de Projetos

em Sustentabilidade




Luana Rett

Estagiária de

Geotecnologias


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